Diariamente, somos bombardeados com informações sobre o mercado financeiro: taxa Selic, IPCA, bolsa de valores, mercado de câmbio, entre outros. Mas você já se perguntou como tudo isso funciona e como esses mercados se relacionam? Quem está por trás dessa complexa rede que forma o Sistema Financeiro Nacional (SFN)?
Neste artigo, abordaremos a estrutura do Sistema Financeiro Nacional, suas funções, principais mercados e os órgãos que regulam e operam o setor.
O que é o Sistema Financeiro Nacional (SFN)?
O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é o conjunto de regras, instituições e órgãos reguladores que asseguram a segurança, a transparência e a eficiência das transações financeiras em todo o território brasileiro. Sua estrutura possui duas funções principais:
Intermediação de recursos
A intermediação de recursos refere-se ao papel do SFN em conectar agentes que precisam de dinheiro (deficitários) com aqueles que possuem recursos disponíveis para investir (superavitários). Esse processo permite o fluxo de capital entre diferentes partes da economia. Veja abaixo como funcionam esses agentes:
- Agentes Deficitários:
São os que necessitam de recursos financeiros, como:- Pessoas que contraem empréstimos ou utilizam o cheque especial;
- Empresas que buscam financiamento para projetos ou operações.
Esses agentes retiram recursos do sistema, o que caracteriza a demanda por capital.
- Agentes Superavitários:
São os que disponibilizam recursos no sistema financeiro, como:- Investidores que aplicam seu capital em produtos financeiros;
- Empresas que investem em mercados de capitais.
Esses agentes injetam dinheiro na economia, possibilitando a circulação de recursos.
Por exemplo, quando um banco concede um empréstimo, ele utiliza o depósito de um agente superavitário para financiar o agente deficitário.
Gestão de recursos
A gestão de recursos envolve a implementação de regulamentações que garantem a segurança e a eficiência das operações financeiras. O SFN assegura que instituições cumpram essas normas, promovendo a estabilidade nas transações.
Exemplos dessa função incluem o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), que regula operações de pagamento, e a administração de fundos de investimento sob regras rígidas de compliance.
Os mercados que compõem o Sistema Financeiro Nacional
O Sistema Financeiro Nacional é composto por quatro grandes mercados, cada um com funções específicas. Esses mercados trabalham de forma integrada para garantir o funcionamento eficiente das transações financeiras no país.
1. Mercado Monetário
O mercado monetário é responsável pela circulação de dinheiro na economia. Sempre que você realiza uma compra ou um pagamento, está utilizando os mecanismos desse mercado. Ele é essencial para a liquidez do sistema, regulando a oferta de moeda.
2. Mercado de Crédito
Nesse mercado, os agentes do SFN tomam e cedem crédito. Transações como empréstimos bancários e o uso de cartões de crédito são exemplos de operações do mercado de crédito.
3. Mercado de Câmbio
O mercado de câmbio envolve a conversão de moedas, como a troca do real por dólar ou euro. É através dele que agentes financeiros realizam operações internacionais, como importações, exportações e investimentos estrangeiros.
4. Mercado de Capitais
O mercado de capitais, muitas vezes associado à bolsa de valores, permite que empresas captem recursos diretamente com investidores. Ele é crucial para o financiamento de projetos de longo prazo e para o desenvolvimento econômico, atraindo tanto investidores locais quanto estrangeiros.
A estrutura hierárquica do Sistema Financeiro Nacional
O funcionamento do SFN é organizado em três níveis hierárquicos: órgãos normativos, órgãos supervisores e órgãos operadores. Cada um possui funções específicas para garantir a eficiência do sistema.
Baixe nosso material sobre o Sistema Financeiro Nacional de forma gratuita: https://t2.com.br/playlist_sfn
Órgãos normativos
Os órgãos normativos são responsáveis por estabelecer as diretrizes e regulamentações gerais que regem o Sistema Financeiro Nacional (SFN). Seu papel é garantir o funcionamento seguro, eficiente e transparente do mercado financeiro.
Conselho Monetário Nacional (CMN)
O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão máximo do SFN, responsável pela formulação de políticas monetárias, de crédito e cambiais. Subordinado diretamente ao presidente da República, ele tem como objetivo principal promover a estabilidade econômica e financeira do país.
A composição do CMN inclui:
- Ministro da Economia (presidente do conselho);
- Secretário Especial da Fazenda;
- Presidente do Banco Central do Brasil.
O CMN define diretrizes que influenciam todo o sistema financeiro, como as metas de inflação, o controle da oferta de crédito e os critérios de captação de recursos.
Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP)
O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) é o órgão normativo responsável por regulamentar o mercado de seguros privados, incluindo seguros, resseguros, capitalização e previdência complementar aberta.
Sua composição é formada por representantes dos seguintes órgãos:
- Ministério da Economia (presidência do conselho);
- Ministério da Justiça;
- Secretaria Especial de Previdência e Trabalho;
- Superintendência de Seguros Privados (SUSEP);
- Banco Central do Brasil;
- Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
O CNSP define políticas, normas e diretrizes para assegurar a proteção dos consumidores e a estabilidade do mercado de seguros.
Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC)
O Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) é o órgão responsável por regulamentar o regime de previdência complementar fechada, que abrange entidades como fundos de pensão de empresas ou organizações.
O conselho é composto por representantes de:
- Ministério da Previdência Social (presidência);
- Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC);
- Casa Civil;
- Ministério da Economia;
- Entidades fechadas de previdência complementar;
- Outros grupos de interesse.
O CNPC estabelece normas que garantem a segurança e a sustentabilidade dos planos de previdência complementar, protegendo os direitos dos participantes e beneficiários.
Órgãos supervisores
Os órgãos supervisores são responsáveis por garantir que as normas definidas pelos órgãos normativos sejam aplicadas corretamente. Eles monitoram e fiscalizam as atividades das instituições financeiras, promovendo a estabilidade e a segurança no sistema financeiro.
Banco Central do Brasil (Bacen)
O Banco Central do Brasil (Bacen) é uma autarquia federal que atua como o principal supervisor das instituições financeiras. Criado pela Lei nº 4.595/1964, o Bacen tem autonomia assegurada pela Lei Complementar nº 179/2021.
Suas principais atribuições incluem:
- Garantir a estabilidade de preços (controle da inflação);
- Zelar pela eficiência e segurança do sistema financeiro;
- Regular a política monetária e cambial;
- Fiscalizar o cumprimento das normas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Comissão de Valores Mobiliários (CVM)
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é uma autarquia federal responsável pela regulação e fiscalização do mercado de capitais. Criada pela Lei nº 6.385/1976, a CVM possui autonomia administrativa e regulatória, podendo emitir normas conhecidas como Instruções Normativas CVM.
Entre suas funções estão:
- Fiscalizar a emissão e negociação de títulos mobiliários, como ações e debêntures;
- Proteger os investidores contra práticas ilegais;
- Promover a eficiência e a transparência do mercado de capitais.
A CVM está vinculada ao Ministério da Economia, mas possui autonomia em suas atividades regulatórias.
Superintendência de Seguros Privados (SUSEP)
A SUSEP é uma autarquia vinculada ao Ministério da Economia, com a função de supervisionar e fiscalizar os mercados de seguros, previdência complementar aberta, capitalização e resseguro.
As atribuições da SUSEP incluem:
- Garantir que as empresas do setor cumpram as normas estabelecidas pelo CNSP;
- Monitorar a solvência e a conduta das instituições que operam nesses mercados;
- Proteger os consumidores de serviços de seguros.
Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC)
A PREVIC é responsável pela supervisão das entidades fechadas de previdência complementar.
Suas principais funções são:
- Fiscalizar os fundos de pensão e demais entidades de previdência complementar fechada;
- Assegurar o cumprimento das normas estabelecidas pelo CNPC;
- Promover a transparência e a segurança no gerenciamento dos recursos previdenciários.
Órgãos Operadores do Sistema Financeiro Nacional
Os órgãos operadores são as instituições que realizam diretamente operações financeiras nos mercados regulados pelo SFN. Elas executam atividades que envolvem a intermediação de recursos, a concessão de crédito, a negociação de valores mobiliários e o câmbio.
B3 (Bolsa de Valores do Brasil)
A B3, única bolsa de valores em operação no Brasil, é uma empresa privada de capital aberto. Seu papel é conectar investidores e empresas que buscam captar recursos no mercado de capitais.
Suas principais funções incluem:
- Promover a negociação de ações, debêntures e outros ativos;
- Garantir a transparência, segurança e liquidez nas operações realizadas;
- Fomentar o desenvolvimento do mercado financeiro brasileiro.
Instituições Financeiras
As instituições financeiras são participantes fundamentais do SFN, responsáveis por ofertar serviços financeiros e intermediar recursos entre agentes superavitários e deficitários.
Entre essas instituições, destacam-se:
- Bancos comerciais e bancos de investimento;
- Corretoras e distribuidoras de valores mobiliários;
- Seguradoras e administradoras de cartões de crédito.
Essas entidades desempenham um papel essencial para o funcionamento dos quatro grandes mercados do SFN (monetário, crédito, câmbio e capitais), contribuindo para a estabilidade e o crescimento econômico do país.
Por que entender a estrutura do Sistema Financeiro Nacional é importante?
Compreender a estrutura do Sistema Financeiro Nacional é essencial para qualquer profissional que deseja atuar no mercado financeiro. Este conhecimento é frequentemente exigido em provas de certificações, como CPA 10, CPA 20 e CEA, e é fundamental para entender como os diversos agentes e mercados interagem para manter a estabilidade econômica do país.
Como a T2 Educação pode ajudar você a se preparar
Se você está pensando em entrar ou migrar para o mercado financeiro, a T2 Educação oferece cursos preparatórios completos, com foco em certificações e conteúdos essenciais, como o funcionamento do SFN. Nosso objetivo é garantir que você não apenas passe na prova, mas também aprenda de forma prática e aprofundada.
Prepare-se com quem entende do mercado e transforme sua carreira! Conheça nossos cursos e venha fazer parte desse universo financeiro.