A gente sempre escuta falar de inflação. Mesmo quem não entende exatamente como ela funciona, rapidinho aprende o que é quando vê os preços em alta. Mas se ela se refere ao aumento no valor de produtos, o que define quando o movimento é inverso? Aqui entra a deflação.
Neste artigo, eu vou te explicar tudo o que você precisa saber sobre esse conceito que se refere a queda nos preços. Continue lendo!
O que é deflação?
A deflação é o processo inverso da inflação. Sendo assim, ela se caracteriza pela queda constante e generalizada dos preços de produtos e serviços por um longo período de tempo.
Vendo essa definição assim, você pode estar pensando que isso é ótimo, não? Principalmente para o consumidor. Afinal, quem não quer pagar menos pelas coisas que precisa comprar? Mas eu te garanto que ela é tão ruim quanto — e às vezes pior — do que a inflação.
Digo isso com toda convicção porque o mercado funciona em cadeia — e você vai entender melhor ao longo do artigo. Então, em algum momento essa baixa nos preços vai refletir no índice de desemprego e, consequentemente, na renda das pessoas.
Sendo assim, o cenário econômico ideal é uma “elevação controlada” ou, como chamamos tecnicamente, desinflação.
Diferenças entre inflação, deflação e desinflação
Esses três termos são usados para definir os “movimentos dos preços” em uma economia. Você já sabe que inflação e deflação são conceitos inversos, mas falta entender o que é desinflação — uma noção que fica no meio termo entre esses dois.
A desinflação se refere a uma “inflação lenta”. Para entender melhor, acompanhe esse exemplo: todo mês você vai ao mercado e compra feijão. Em janeiro, você reparou que o preço estava 10% mais alto do que em dezembro do ano passado. Em fevereiro, você volta ao mercado, e repara que o valor desse produto subiu somente 5%.
Nesse cenário, o preço continuou subindo, mas abaixo do que o esperado e em um percentual menor do que vinha apresentando.
Sendo assim:
- inflação: aumento contínuo e generalizado dos preços;
- deflação: queda contínua e generalizado dos preços;
- desinflação: os preços sobem, mas com percentual em queda.
A desinflação é considerada o cenário ideal porque, junto dela, há também um aumento progressivo de renda e poder de compra dos consumidores.
Causas da deflação
Agora que você já sabe o que é deflação e quais são as suas diferenças para desinflação, deve estar se perguntando quando ela acontece, não é? Até porque não é algo que costumamos ver nos noticiários — geralmente a inflação fica com todos os holofotes.
Bom, a deflação pode acontecer em dois casos específicos:
- quando há mais oferta do que demanda: se um produto está sendo produzido em excesso e as pessoas não estão consumindo, a tendência é abaixar o seu valor a fim de estimular a compra;
- quando há pouca quantidade de moeda em circulação: menos dinheiro em circulação representa que as pessoas estão consumindo menos — geralmente em um período em que sentem necessidade de economizar mais.
Como toda ação tem uma reação, essa história não para por aqui. A deflação tem consequências pesadas na economia e eu vou te explicar melhor a seguir.
Consequências: Cadeia Deflacionária
A principal consequência da deflação é a cadeia deflacionária: uma série de efeitos negativos que são desencadeados por conta da baixa dos preços generalizados.
Para você entender isso, não tem como não dar um exemplo.
Pense em uma fazenda produtora de feijão — aquele que você compra todo mês no mercado. Em um dado período do ano, a empresa produziu muito feijão e não conseguiu vender tudo. Na tentativa de não tomar prejuízo, abaixou os preços, mas ainda assim não foi suficiente.
Essa situação volta a se repetir e, com o tempo, a organização dá conta de que precisa não só diminuir a produção, como também os gastos. Por este motivo, demite alguns funcionários.
Essas pessoas, que agora estão desempregadas, também se veem na obrigação de cortar alguns gastos. Sendo assim, reduzem o dinheiro que gastavam nos mercados, por exemplo, que começam a sentir esse impacto.
Diante da queda no consumo, os mercados também diminuem os seus pedidos e encomendas às fábricas, indústrias e produtoras, gerando outra crise nesse setor primário.
Deu para entender como esse movimento é prejudicial para a economia? Ele gera um ciclo muito complicado de ser quebrado. Inclusive, duas das maiores crises econômicas que o mundo já viu aconteceram por causa dele: a crise de 29, nos Estados Unidos, e na década de 80, no Japão.
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