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Fatura do cartão em dólar terá cotação do dia da compra

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A fatura do cartão em dólar sempre foi um problema para os brasileiros.

Sabe como é, nossa moeda não é tão forte assim. Nem muito estável. Então a fatura do cartão de crédito sempre vinha com a variação do dólar (e muitas vezes ele estava mais caro do que no dia que a compra foi feita).

Mas isso tem data pra acabar. E é sobre essa mudança que falaremos neste texto.

Banco Central muda a regra para 2020

Na quarta-feira passada, dia 28 de Novembro, o Banco Central noticiou a esperada mudança. A partir de 2020, os bancos serão obrigados a mostrar ao cliente quanto ele gastou em real no momento de uma compra em dólar.

A fatura do cartão em dólar mostrará a identificação da moeda, os detalhes de cada gasto em dólar e o valor equivalente em real. Ela também mostrará a data de cada compra e o câmbio do dia.

Ou seja, o cliente saberá quanto o dólar estava valendo no dia e os valores envolvidos na “transformação” de dólar pra real.

Transparência entre banco e cliente

O próprio Banco Central disse, em nota oficial, que essa mudança trará mais transparência aos clientes. As taxas de conversão dos bancos estarão ali, para todos verem e compararem com outros serviços iguais.

Em 2020, os bancos serão obrigados a oferecer o pagamento da fatura no dia do gasto. Mas escolher pelo fechamento da fatura também será possível. Um não exclui o outro.

Há, porém, nesta (não tão) nova maneira de cobrança, um senso de justiça.

Nada mais justo do que pagar a cotação do dia

Aqui é onde eu coloco um pouco da minha opinião. E acredito que muitos de vocês pensem assim também.

Quando a gente junta aquela grana suada pra viajar pra fora, queremos pagar a menor taxa possível no câmbio. Com o dólar baixo (ou o real mais forte, se preferir), podemos comprar mais coisas na viagem. Fazer mais passeios. Gastar menos e aproveitar mais.

Não é justo que paguemos o valor do dólar no dia em que fizemos a compra? Pesquisamos e esperamos a taxa boa pra no final da fatura pagarmos mais caro por cada dólar?

Acredito que ninguém gostaria disso. Portanto essa mudança protege a nós, como clientes, e nos ajudam a aproximar o cliente, enquanto bancários.

O Risco de fazer compra em dólar

Quando você faz uma compra internacional com seu cartão de crédito existe um gap entre a data da compra e a data de pagamento. Dependendo do caso, você pode ter até 40 dias para pagar, certo? Imagine se nesse período o dólar dispara. É um risco, certo? Então estamos dizendo que, para a instituição financeira, existe um risco de cobrar a fatura no dia da compra, né?

Pensa assim: você gasta hoje, isso significa que o banco te empresta em dólar hoje e paga reais daqui 40 dias. Isso significa que o banco recebe esse empréstimo com 40 dias. Mas, e se por um acaso o dólar sobe? Quer dizer que o banco vai emprestar uma quantia mas, a depender da variação cambial, pode receber um valor menor do que emprestou. E para isso que existe o mercado de derivativos.

Ainda não chegamos nesse nível de tecnologia. Mas é possível usar o mercado de derivativos para investir no futuro.

A instituição financeira pode se proteger dessa oscilação de preço do dólar no mercado de derivativos. Neste mercado a instituição financeira (qualquer pessoa, na verdade) pode negociar contratos que serão liquidados no futuro com um preço previamente determinado.

No exemplo do cartão de crédito vai ficar assim:
Imagine que hoje, milhares de clientes usaram seus cartões para compra no exterior e que a soma dessas compras seja U$ 1.000.000,00 e que a cotação do dólar esteja em R$ 3,00. Assim, esse banco sabe que vai receber R$ 3.000.000,00 quando seus clientes pagarem a fatura.

Agora exagere um pouco na cotação e leva o dólar para R$ 4,00 no dia do pagamento da fatura. Os clientes pagarão R$ 3.000.000,00 por algo que vale R$ 4.000.000,00. Ou seja, o banco tomou um prejuízo de R$ 1.000.000,00, certo?

A solução

Para evitar esse prejuízo, no dia da compra do seu cliente, pode comprar uma NDF de dólar a R$ 3,00.

Assim, no dia da liquidação da NDF o banco poderá comprar dólar (liquidado em reais) pelo preço de R$ 3,00. Se estiver cotado a R$ 4,00, como no exemplo, o banco poderá comprar por R$ 3,00 algo que está valendo R$ 4,00.

Como essa é uma operação de NDF, ele não comprará o dólar em si, mas será liquidado pela diferença. Ou seja, vai receber R$ 1,00 por dólar negociado. Assim, se ele negociou U$ 1.000.000,00 vai receber por essa operação exatamente R$ 1.000.000,00 que, somado ao valor que receberá dos clientes, terá recebido R$ 4.000.000,00. Ou seja, sem nenhum prejuízo.

Isso é que chamamos no mercado de Hedge e, cá entre nós, é muito mais fácil para o banco fazer isso do que para seu cliente que está preocupado com a fatura no final do mês, né?

Alguns bancos já fazem isso!

Pagar a fatura do cartão em dólar usando a cotação do dia não é novidade no Brasil.

Diferente dos grandes bancos, os bancos digitais, como o Nubank, já fazem este tipo de negociação. Eles perceberam, antes dos “medalhões” do mercado financeiro, que havia mais sentido neste modelo de cobrança.

O que podemos tirar disso? Que o mundo está mudando, e os bancos precisam mudar junto.

Pensar no cliente é a base para tudo. No final, são as pessoas, e como elas se relacionam com os bancos, que vão ditar a evolução ou não dos modelos de funcionamento do sistema financeiro.

E vocês precisam estar preparado para elas, bancário e bancária.