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Finanças Comportamentais: Aversão à Perda

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Finanças comportamentais: aversão à perda

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Você já ouviu falar em finanças comportamentais? Esse conceito é bem simples: ele é a área que estuda o comportamento das pessoas na hora de tomar decisões. E você que trabalha diretamente com o público no setor financeiro precisa entender melhor sobre o tema.

Neste artigo, vamos abordar algo muito tratado nesses estudos: a aversão à perda. 

Sabe aquelas pessoas que vendem uma ação com muita pressa com medo da desvalorização e acabam se precipitando e perdendo a oportunidade de esperar o momento certo?

Situações como essas são mais comuns do que você imagina. Ao tentar acertar e evitar arrependimentos, o medo das pessoas faz com que elas acabem tomando as decisões erradas.

Neste artigo, eu trouxe alguns exemplos práticos e um estudo de caso para você entender um pouco mais sobre as finanças comportamentais, mais especificamente a aversão à perda 

Vamos lá!

Finanças comportamentais: um viés compartilhado por todos

Um tema relativamente novo no mercado financeiro é o de finanças comportamentais. Hoje, ele é pedido nas provas da CPA 20 e CEA

O assunto pode soar subjetivo no começo. Mas pensa comigo: não somos todos humanos, sujeitos à mudanças de humor e comportamento dependendo da situação?

A teoria da loss aversion (aversão à perda, em inglês) foi proposta pelos economistas Kahneman e Tversky em 1979. 

Ela dizia, basicamente, que as pessoas com esse comportamento reagem de maneira diferente em situações de ganho ou perda no mercado de ações quando estão investindo. Isso leva a um viés comportamental sem qualquer tipo aparente de motivo ou coerência, prejudicando o trabalho de vários profissionais.

Qual a importância das finanças comportamentais? 

Estudar finanças comportamentais é extremamente importante. Isso porque esse estudo permite que você se torne mais racional na hora de tomar decisões que envolvem dinheiro.

A partir do momento em que você compreende os medos que surgem na hora de tomar uma decisão financeira, fica mais fácil garantir um melhor controle sobre as ações, evitando cometer erros ou deixar de realizar investimentos que poderiam gerar lucros. 

Um caso para ser estudado

O nosso professor Tiago recebeu uma pergunta de uma aluna há algum tempo, e usarei este exemplo para deixar ainda mais fácil de entender a ideia do que é estudado pelas finanças comportamentais. 

Ela disse: “Tiago, eu tenho ações da Petro. Em 2008 houve uma queda no valor das ações e nunca mais o valor foi igual ao que era. Eu estou esperando valorizar desde então. Se eu vender as ações, eu vou pagar 15% sendo que eu perdi 90% do valor?”

A pergunta dessa aluna foi relacionada a outro tema: o de compensação de perdas. Mas olha que coisa interessante, ela disse uma coisa que é muito frequente em quem tem aversão a perda: “Eu estou esperando valorizar”.

Um ponto importante que você precisa entender é: todo investidor é movido por questões muito mais emocionais do que racionais, e a aversão à perda mantém o investidor preso a uma decisão que tenha trazido prejuízo. 

A aversão à perda está relacionada não necessariamente ao medo de perder, mas principalmente de assumir que errou.

A verdade é que ninguém gosta de assumir que tomou uma decisão errada. Nós, seres humanos, de um modo geral, acreditamos que assumir um erro pode significar que somos frágeis. Muitas pessoas acreditam (inclusive nós mesmos) que “só os fracos erram”.

Acredite, todos nós temos um pouco dessa aversão. Alguns mais, outros menos, mas ninguém está livre disso.

Decisões de risco levam a aversão à perda

Vamos exemplificar ainda mais. Imaginem um investidor que tenha a tendência de aversão, o que ele tende a fazer? Ele vende rapidamente ações que valorizam e mantém em sua carteira ações que se desvalorizaram ao longo do tempo.

É mais ou menos assim:

  •  o investidor compra uma ação por R$ 10,00;
  • agora ela está cotada a R$ 20,00;
  • ele tende a vender a ação logo, pois vai que essa ação cai de novo, não é mesmo?

Desse jeito ele foge do prejuízo.

Mas esse é um pensamento muito errado. Isso porque, mesmo que a ação esteja valorizada naquele momento, é preciso analisar todo o cenário e tentar entender se não vale a pena esperar mais um pouco para lucrar um pouco mais.

Já no caso da nossa aluna, ela comprou ações da Petro. Provavelmente perto dos R$ 50,00, e hoje essas ações estão sendo cotadas a R$ 17,00. Ela as mantém pois quer vender somente quando estiver valendo mais do que ela comprou.

Isso porque ela tem medo de se arrepender ou de ter tomado uma decisão errada.

Agora, vamos assumir que ela realmente tenha pago R$ 50,00 em 2008 e consiga vender por R$ 85,00 em Junho 2017, quase 10 anos depois. 

Segurar a ação valeu a pena, certo? Afinal ela ganhou dinheiro.

Errado!

Segundo o Banco Central, a inflação acumulada de 2008 a 2017 foi de 70%, e R$ 50,00 corrigido pela inflação no período é o equivalente R$ 85,34. Isso sem contar os custos de corretagem e custódia que eventualmente ela teve durante todo esse período.

Racionalmente, não faz sentido manter essa ação na carteira pois, mesmo que ela recupere o preço de 2008, ela ainda assim terá uma perda significativa. Os R$50,00 iniciais corrigidos pela inflação do período equivalem a R$ 85,34, valor maior do que os R$85,00 recuperados.

Para fechar o assunto sobre finanças comportamentais 

A aversão à perda faz com o que o investidor se desfaça de suas posições ganhadoras e mantenha as posições perdedoras ou então impede de realizar ações que geram lucro. Tudo isso por medo de se arrepender de uma decisão. 

Fuja deste comportamento e estude para tomar riscos com possibilidades de maiores rendimentos.

Se você gostou do artigo e quer saber mais sobre esse e outros assuntos, temos um canal do YouTube que pode te ajudar muito. 😉

Nos vemos lá!