Alguns temas se repetem nos estudos de vários alunos nossos. A taxa de performance e a linha d’água são dois deles. Um não existe sem o outro e ambos merecem uma explicação mais detalhada.
Esses dois assuntos estão incluídos no módulo de Fundos de Investimentos das provas da ANBIMA. Ele é complexo e possui detalhes que podem confundir, e eu entendo muito bem como você se sente. São cotas, documentos, registros e tipos variados de fundos.
Espero ajudar vocês a entender melhor esses dois conceitos extremamente importantes para a prova. Vem comigo!
O que é taxa de administração?
Para começar, vamos falar sobre a taxa que todo cotista deve pagar: a taxa de administração.
Ela é um percentual cobrado diariamente dos cotistas do fundo para cobrir os gastos com os prestadores de serviço. Esses prestadores são:
- gestor;
- administrador;
- custodiante;
- auditor.
Além de todas as outras instituições que operam no fundo.
Mas por que é importante entendê-la? Bem, essa taxa é obrigatória em todos os fundos, e é aí que ela se diferencia da taxa de performance.
O que é taxa de performance?
Esta taxa, assim como a de administração, também vai para a mão do gestor do fundo. Mas, Tiago, então por que ela tem um nome diferente?
Bom, diferente da anterior, ela só é obrigatória quando a rentabilidade do fundo supera a de um benchmark. Ou seja, quando ela é cobrada, significa que o fundo rendeu mais do que o próprio indicador de referência.
Mas, não se preocupe porque isso é muito bom.
Você pode achar que, por ser uma despesa, a taxa é ruim. Mas ela consegue ser bem justa pois valoriza o trabalho da gestão e pode fazer com que os resultados continuem positivos (assim como a sua rentabilidade no fundo).
Além disso, nem todos os fundos cobram essa taxa. Os únicos que podem cobrá-la são os fundos ativos e, embora eles tenham essa permissão, nem todos cobrarão, de fato.
Quando ocorre essa cobrança, ela é feita após a dedução de todas as despesas, inclusive da taxa de administração. Se a rentabilidade for negativa, a taxa não será cobrada.
Vamos entender melhor com um exemplo:
- você investiu em um fundo que cobra taxa de performance de 20%;
- o seu benchmark é o CDI, que rendeu 10%;
- seu fundo rendeu 15% no mesmo período.
O resultado desse cenário é: a taxa de performance será cobrada apenas sobre os 5% excedentes, sendo que 20% (1% da rentabilidade excedente) ficarão com o gestor e os outros 80% (4% da rentabilidade excedente) ficarão com você.
O que é linha d’água?
Agora que você já sabe o que é taxa de performance, podemos entender melhor a linha d’água.
Ela nada mais é do que a metodologia utilizada para cobrança da taxa. Ela é semestral, ou seja, o resultado acumulado dos 180 dias precisa superar o benchmark.
Em outras palavras, não adianta superar o benchmark em um dia, uma semana ou um mês, é preciso ultrapassá-lo no resultado semestral.
Qual a relação entre a taxa de performance e linha d’água?
Ambas estão relacionadas uma à outra.
Se depois de seis meses um fundo render menos do que o seu benchmark, a taxa deverá ser “devolvida” ao cotista. Assim, se o fundo apresentar ganhos depois de um período de perdas, a performance remunera o gestor, descontando essas perdas em seu cálculo.
Isso mostra que a taxa de performance e a linha d’água são justas. O gestor ganha quando os cotistas ganham, e perde quando os cotistas perdem.
Tributação de taxas de performance e regras gerais
Só é possível cobrar a taxa dos cotistas se ela estiver prevista no regulamento do fundo.
Da mesma maneira, é proibido cobrar a taxa se a rentabilidade do fundo não ultrapassou o índice de referência. Aliás, esse é um ponto bastante importante: o benchmark escolhido pelo fundo deve estar relacionado à sua categoria.
Isso significa que fundos de baixa volatilidade, como renda fixa e DI, devem tentar superar o CDI ou outro índice de baixa volatilidade. Fundos de ações deverão buscar o Ibovespa ou qualquer outro índice ou indicador relacionado ao mercado de ações. Fácil, né?
Agora que você já sabe os detalhes sobre taxa de performance e linha d’água, venha conhecer os cursos preparatórios da T2 para ficar por dentro de outros assuntos importantes que também caem nas provas da ANBIMA. Não perca mais tempo e se prepare para entrar no mercado financeiro e se destacar no setor!
Nossa, agora sim entendi o conceito de linha d’agua, você expôs de maneira lista e objetiva, dando exemplos o quê facilita bastante. Super obrigada!
Paloma, que ótimo que consegui te ajudar!
Fiz esse texto com base em uma aula do professor Tiago aqui da escola. Todas as aulas dele são assim, e até eu, que ainda sou um estudante do mercado financeiro, consigo entender tudo 😉
Quais fundos não cobram taxa de performance?
Fundos de curto prazo, referenciados e de renda fixa, eles são considerados fundos passivos.
Qual o momento que se define a linha d’água nos fundos de investimento?
Oi Alex, tudo bem?
A linha d’água é definida com o benchmark do fundo e o desempenho dos últimos 180 dias. Lembra que a taxa de perfomance deve ser cobrada somente sobre o que exceder o benchmark, desde que o valor da cota seja maior que o valor registrado na ultima cobrança e o período de cobrança observado seja de, no mínimo, 180 dias.
Você é o cara! Valeu!