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A Saraiva vai quebrar e ninguém vai sentir falta

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Saraiva Vai Quebrar - T2 Educação

Você tem as chaves para abrir a porta de uma carreira inabalável

Livro: Sua carreira é maior que seu emprego

Você viu matérias mostrando que a tradicionalíssima livraria Cultura e a gigante livraria Saraiva pediram recuperação judicial.

Bem, caso você esteve preso em Nárnia e não viu isso, você pode ver aqui e aqui.

Neste post eu quero trazer reflexões sobre as razões dessa situação, suas consequências. E, por mais contraditório que possa parecer, explicar como esse movimento é, no fundo, saudável à economia e à nossa sociedade.

As péssimas consequências desta quebra

Quando uma empresa do tamanho da Saraiva ou Cultura fecha as portas, leva consigo todo seu ecossistema.

Seus funcionários perdem seus empregos e planos de saúde. A empresa de plano de saúde perde uma quantidade significativa de faturamento, o que pode culminar e mais demissões.

Os principais fornecedores das livrarias, as editoras, certamente terão dificuldade em receber da empresa recém falida. Por isso, elas podem ser obrigadas a fechar as portas também. Mais demissões serão geradas.

Todo esse prejuízo social e econômico também leva a um prejuízo cultural. Com menos editoras no mercado, o resultado são menos livros nas mãos de leitores. Isso sem falar no tradicional passeio que é ir até o Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, e se perder na Livraria Cultura.

O mundo mudou, e as empresas devem perceber isso

Bem, agora a gente já sabe porque a solvência dessas empresas é ruim para o mercado, vamos abrir um pouco mais nosso horizonte e entender por que isso aconteceu e como será daqui em diante.

Por que isso aconteceu? A resposta a essa questão é simples e direta: o mundo mudou. Eu não precisaria escrever mais nada sobre isso, mas caso você queira refletir um pouco mais, vamos entender essas mudanças.

A tecnologia (essa mesma tecnologia que permite que você leia esse artigo) democratizou a informação. Hoje qualquer pessoa com um celular na mão e uma conexão com Internet consegue escrever (ou falar) para multidões. Tudo isso sem uma editora, sem uma livraria e sem uma loja linda (e cara de se manter).

Graças a essa tecnologia, pessoas que antes eram mudas para a sociedade, hoje têm voz.

Algumas empresas têm, em seu DNA, essa tecnologia. A principal concorrente das livrarias, a Amazon, entendeu essa tecnologia e surfou nessa onda.

Através da gigante norte-americana, qualquer pessoa pode publicar um ebook, ter uma fonte de renda com a venda de seu livro e, de quebra, levar sua mensagem para as pessoas.

Tá a fim de comprar um livro mas tem receio de não gostar do conteúdo? Não tem problema. Você pode baixar uma amostra gratuita do livro e, se for o caso, comprar a versão completa.

Bem, chega de ficar aqui falando da Amazon, vamos entender a nossa história.

Esse movimento de mudança é uma constante em nossa economia, e que bom que é assim.

Ao longo dos anos, a tecnologia avança, e com ela SEMPRE vem o seguinte movimento: empresas quebram. E o melhor de tudo é que ninguém sente falta dessas empresas depois.

As empresas do passado

Isso porque essas empresas só quebram em função de ter chegado ao mercado consumidor soluções mais completas, mais baratas e mais cômodas.

Você sente falta da Kodak? Aquela gigante de fotografia? Pois é, a não ser que você seja um saudosista, a Kodak não faz nenhuma falta a sociedade. Hoje, qualquer pessoa com um celular não mão e acesso à Internet tira fotos incríveis e compartilha com o mundo.

Por um acaso você tem saudades da Blockbuster (ou aquela locadora de vídeos do seu bairro)? Lembra que entregar seu VHS sem rebobinar poderia gerar uma multa? Olha o tamanho do ecossistema das vídeo locadoras. Milhares de pequenos empreendedores tinha locadoras espalhadas pelo Brasil (e pelo mundo), milhares de pessoas trabalhavam na venda, distribuição e entrega de fitas a essas locadoras. Trabalhadores que se dedicavam a fabricar vídeo cassete? Vários.

Quer saber, ninguém sente falta disso. Hoje, gastando 1 real por dia, qualquer pessoa com celular e uma conexão com Internet tem acesso a milhares de filmes, vídeo e séries.

Embora eu não tenha esse dado, minha impressão é que que hoje, graças a tecnologia, a produção de filmes, séries e documentário é muito maior que antes. E isso, claro, gera muito mais empregos.

Caixa do Banco. Essa é uma espécie em extinção hoje. Seu banco com certeza oferece uma App onde você pode fazer tudo pelo celular. Minha filha, de 12 anos, terá dificuldade de entender por que as pessoas precisavam ficar na fila do banco para pagar a conta de luz.

Isso sem falar na telefonista, no leiteiro, na parteira, operador de telégrafo, vendedor de enciclopédia, projetor de cinema, ascensorista e arrumador de pinos de boliche.

Ninguém sente falta. Insensibilidade? Não. O fato é que esses mercados só mudaram porque a tecnologia facilitou a vida dos consumidores. Deixando os produtos mais completos, baratos e cômodos.

O outro lado também existe

Ainda há quem diga que não podemos ver só por esse lado. Que temos de pensar nas pessoas que perderam (ou perderão) seus empregos.

É claro que eu me preocupo com isso. Eu sinto muito por isso, mas o ponto é que, se tratando de economia, nós não perdemos postos de trabalho. Nós transferimos postos de trabalho e, invariavelmente, essa transferência é para uma área que exige maior qualificação e paga um salário maior.

Ou você acha que o motorista do trator ganha menos que o trabalhador da enxada?

A tecnologia aumenta a nossa taxa de produtividade. Conseguimos produzir mais com menos. Se produzimos mais, ganhamos mais; se ganhamos mais, consumimos e poupamos mais, e consequentemente geramos mais empregos.

 

Não tá sobrando grana pra ninguém, não é mesmo?

Vamos a alguns dados para você entender melhor sobre isso.

Rendimento Médio Mensal e o desemprego

Em 2017, havia no mercado de trabalho brasileiro 89,1 milhões de pessoas ocupadas com 14 anos ou mais de idade. Entre esta população, o rendimento médio mensal de todos os trabalhos foi de R$ 2.178.

Em 2000, o rendimento médio mensal era de R$ 1.275. Quatro anos antes, em 1996, ele era de R$ 975.

Esse crescimento na renda do trabalhador ativo contrasta com a taxa de desemprego. Desde o final dos anos 90, a taxa de desemprego vem flutuando entre 5 e 8%. Houve, porém, um aumento substancial desta taxa no ano de 2017 e 2018, quando chegamos a 13,7% da população ativa desempregada.

Para termos uma ideia melhor deste número, a população ocupada (em idade de trabalhar e empregada), hoje, no último trimestre de 2018, é de 92,1 milhões de pessoas. O desemprego, por sua vez, atingiu 12,7 milhões de pessoas no mesmo período.

Portanto, ainda que estejamos produzindo mais e recebendo melhor por isso, mais pessoas estão tendo dificuldades para encontrar um emprego formal.

Concluindo o raciocínio

A conclusão que trago a esse artigo é que, embora pareça insensível demais, se uma empresa (ou setor) está prestes a quebrar, deixe que quebre.

O mercado se encarrega de gerar novos postos de trabalho para atender a população que perdeu seu emprego.

E a você, trabalhador, a melhor escolha que você faz para não ser vítima de desemprego é se qualificar. Não necessariamente você precisa fazer mais faculdades.

Embora a graduação seja muito importante para sua carreira, ficar 4 ou 5 anos em uma sala de aula pode ser tempo demais para absorver as mudanças que o mercado trará. Cursos livres, curso de férias, inglês e certificações têm (e terão) cada vez mais peso em seu currículo.